Uma das palmeiras mais abundantes do Brasil, a espécie possui íntima relação com a água e sinaliza as veredas. Produz grande quantidade de frutos que servem como alimento para pequenos mamíferos e diversas aves como a arara, que se encarregam de dispersar suas sementes. Os buritis abrigam a arara-canindé, que ali se alimenta dos frutos e usa buritis secos para construir o seu ninho.

As veredas são áreas bastante afetadas pela intervenção do homem, tanto no que se refere aos desmatamentos quanto à utilização da água, ou mesmo pelas queimadas constantes para a rebrota do capim. Em alguns lugares é muito comum a derrubada da palmeira para a colheita dos frutos devido à altura que pode chegar a 30 metros. Floresce com até 10 anos de idade.

A maturação dos frutos ocorre de outubro a março em plantas femininas. A população extrativista identifica dois tipos de buriti: um com mesocarpo de coloração alaranjada e outro, mais oleoso e preferido para elaboração do vinho, com polpa de cor avermelhada.

  • Polpa: de cor laranja, rica em vitamina A, pode ser consumida ao natural, na forma de sucos, sorvetes, doces ou desidratados.
  • Óleo: extraído da polpa dos frutos, tem propriedades energéticas e medicinais (cicatrizante) e é também a base para cosméticos, além de ser um eficiente filtro solar.
  • Artesanato e arquitetura: os talos e a palha de suas folhas são muito utilizados na cobertura de casas e ranchos, bem como no artesanato regional, para a confecção de cestos e móveis. A utilização das folhas e talos não prejudica a palmeira, pois são retiradas para uso apenas quando secas. As folhas jovens também produzem uma fibra muito fina, a “seda” do buriti, usada pelos artesãos na fabricação de peças feitas com capim-dourado.